18/06/2024 às 14:49:55

Rituais funerários vikings: a última jornada de um guerreiro



Descubra as ricas e simbólicas práticas funerárias dos vikings, que viviam na Escandinávia entre os séculos VIII e XI. Este texto explora como os funerais, marcados por rituais complexos e celebrações, refletiam suas crenças, estilo de vida e a forte conexão com o mar, garantindo uma passagem honrosa para a vida após a morte.

Os vikings, que viveram na Escandinávia entre os séculos VIII e XI, tinham práticas funerárias ricas em simbolismo e tradição, refletindo suas crenças, estilo de vida e forte conexão com o mar. 

Quando um guerreiro morria, seus funerais eram cuidadosamente planejados para garantir sua passagem segura para a vida após a morte. Esses rituais muitas vezes envolviam a queima ou o sepultamento de navios, que simbolizavam tanto o transporte terreno quanto espiritual. 

Os funerais vikings podiam durar até sete dias e eram marcados por festas, bebidas e relatos das conquistas do falecido por outros guerreiros. Esse período de celebração e luto era essencial para preparar a alma do morto para sua jornada no além. O corpo do guerreiro era lavado, vestido com roupas especiais e colocado no navio junto com seus pertences mais valiosos, como armas, armaduras e objetos pessoais.

O ritual funerário

Embora a imagem popular de um navio funerário sendo queimado e lançado ao mar seja icônica, evidências arqueológicas indicam que os navios eram mais frequentemente queimados em terra. O ato de queimar o navio, seja no mar ou em terra, era altamente simbólico. O fogo, visto como um purificador, liberava a alma do falecido, permitindo que ela viajasse para a vida após a morte. 

Após a queima, as cinzas eram enterradas ou, em alguns casos, deixadas no mar. A duração do processo de queima variava, mas normalmente durava entre 40 minutos e uma hora. Os guerreiros vivos participavam ativamente, garantindo que o ritual fosse realizado de acordo com as tradições e honrando devidamente o falecido.

A distinção entre mortes

Na visão dos vikings, havia uma diferença clara entre morrer em batalha e morrer de causas naturais. Guerreiros que morriam em combate eram considerados heróis e acreditava-se que eram escolhidos pelos deuses para se juntar ao grande salão de Valhalla, governado por Odin, ou ao campo de Folkvangr, liderado por Freyja. Esses eram lugares de honra e glória eterna. Por outro lado, aqueles que morriam de causas naturais eram conduzidos a outros reinos, menos gloriosos, dependendo de suas ações e da decisão dos deuses.

Os funerais vikings refletiam não apenas suas crenças espirituais, mas também sua estrutura social. A opulência do funeral estava diretamente ligada à riqueza e ao status do falecido. Grandes líderes e guerreiros importantes tinham funerais grandiosos com navios grandes, repletos de tesouros e artefatos. Já os vikings comuns, embora ainda honrados, tinham funerais mais modestos. 

As descrições dos funerais vikings também revelam a integração de elementos festivos e comunitários. As festas e banquetes que acompanhavam o funeral eram para o luto, para celebrar a vida do falecido, fortalecer os laços comunitários e reafirmar a continuidade da vida e da cultura viking.

As práticas funerárias dos vikings eram um reflexo de sua vida cotidiana: cheias de rituais, simbolismo e uma profunda ligação com o mar e os deuses. Ao transformar os navios, símbolos de sua vida terrena, em veículos para a vida após a morte, os vikings demonstravam uma visão integrada do universo, onde a vida e a morte eram partes de um ciclo contínuo. 

Fontes: Aventuras na História e Livros Vikings