O falecimento do pai ou da mãe ainda na infância é um dos momentos mais impactantes que uma criança pode vivenciar. Afinal, os pais são o porto seguro dos pequenos, que podem se sentir desamparados e impotentes diante da perda.
De acordo com psicólogos, o luto pela morte dos pais é um desafio emocional que pode gerar sentimentos de negação, culpa e ansiedade. É comum, por exemplo, que a criança fique fragilizada e deprimida, podendo experimentar alterações no apetite, distúrbios do sono, isolamento e outros desequilíbrios.
Para garantir que a criança restabeleça sua saúde psíquica, o ideal é trabalhar o luto de forma natural, respeitando os sentimentos do pequeno e seu tempo na compreensão da perda. Acompanhe as próximas informações e veja algumas dicas que podem ajudar nesse processo:
Se você é o responsável pela criança que perdeu o pai ou a mãe, saiba que é necessário falar abertamente sobre o falecimento. Evitar o assunto pode gerar ainda mais insegurança e sentimentos de culpa.
Conforme aponta a psicóloga Simone Cougo: “o luto é um processo a ser vivido, conversado e acolhido, especialmente quando falamos de crianças, porque elas têm menos repertório que nós adultos. Então, é importante orientar e acolher para possibilitar a elaboração do luto'.
Também é fundamental explicar à criança que todos morrem um dia, mas que as pessoas próximas a ela não desaparecerão todas ao mesmo tempo.
Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, a presença da criança no velório e no enterro pode ajudar no processo de superação de luto. Isto porque o pequeno fará sua despedida e tomará consciência do que está acontecendo, em vez de alimentar ilusões sobre a volta da pessoa falecida.
Entretanto, é importante que a criança queira ir por livre e espontânea vontade. Para facilitar a decisão, o mais recomendado é que alguém de confiança explique todos os passos da cerimônia, de modo que a criança compreenda tudo que irá acontecer.
Caso o pequeno decida não comparecer, uma boa ideia é criar um ritual próprio para que ele se despeça, como acender velas, plantar uma árvore, escrever uma carta ou outras atividades.
Ao perder um genitor, a criança pode sentir-se desprotegida e solitária. Por isso, é essencial demonstrar carinho e atenção em todas as fases do luto, garantindo que o pequeno sinta-se apoiado.
O carinho, quando baseado numa relação sólida e honesta com a criança, é o principal fator para permitir que ela lide de forma eficaz com a infinidade de emoções associadas à perda, mas que, de uma forma ou outra, irá ajudá-la a reconciliar-se com a vida.
Ter memórias positivas sobre o pai ou a mãe que faleceu pode ser muito reconfortante para a criança. Rever álbuns de fotografias, vídeos, ouvir músicas e relembrar acontecimentos belos são alternativas para valorizar o carinho e atenuar a dor da perda.
Aliás, é bastante saudável pensar sobre o que aconteceu e compreender que, mesmo com a morte, a saudade e o amor permanecem. Tentar tirar todas as memórias para evitar a dor só dificulta o processo da superação.
Se após a perda do pai ou da mãe, a criança não demonstrar sinais de recuperação, estiver deprimida ou ainda muito afetada com o ocorrido, o mais recomendado é procurar a ajuda de um psicólogo que a ajude a lidar com o falecimento.
Atualmente, é possível realizar o processo terapêutico através de atividades lúdicas como desenhos, pinturas, histórias e jogos. Assim, o psicólogo consegue criar um ambiente confortável para que o pequeno expresse seus sentimentos, pensamentos e comportamentos.
Quando aplicada a crianças em processo de luto, essa opção de terapia é extremamente útil para a superação da perda e recuperação do bem-estar psíquico.
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