O caixão da Rainha foi acompanhado por grandes multidões em completo silêncio ao longo da procissão para o Castelo de Windsor. Além disso, a Rainha foi velada na Abadia de Westminster, local em que se casou e foi coroada.
Envolvendo 3.000 militares, o caixão foi conduzido em uma sóbria e ensaiada procissão por Londres. O arcebispo de Canterbury, durante o seu sermão na Abadia, afirmou que a Rainha tocou centenas de vidas durante todo o seu reinado de 70 anos.
Presidentes, como Joe Biden (EUA), Jair Bolsonaro (Brasil), Emmanuel Macron (França), Isaac Herzog (Israel), além de ex-primeiros-ministros britânicos, famílias reais europeias e líderes estrangeiros estiveram presentes no funeral.
Além de serem acompanhados por milhares de pessoas em Londres e em outras partes do país, a procissão e os eventos relacionados ao funeral foram transmitidos ao vivo por TV, rádio e internet e a cerimônia também foi exibida em mais de 100 cinemas britânicos e em telões espalhados pela cidade.
Caixão da Rainha Elizabeth 2ª na capela de São Jorge. Fonte: Getty Images
O caixão da Rainha foi levado para um local com significado triunfal na história britânica, Wellington Arch, no Hyde Park Corner. Após este marco, o corpo de Elizabeth II foi colocado em um carro funerário e seguiu para o Castelo de Windsor.
Contando com o Rei Charles 3º e outros membros da realeza, que caminharam atrás do carro funerário, a terceiraão procissão do dia se encerrou com o corpo da Rainha sendo transportado à Capela de São Jorge, para a realização de uma missa de corpo presente, com participação de 800 pessoas.
Depois disso, a Família Real voltou para a Capela para um evento privado, no qual Elizabeth foi enterrada ao lado do Duque de Edimburgo, seu falecido marido. Apesar de a morte da Rainha ter ocorrido no dia 8 de setembro, o período de luto real continuou até o dia 26 de setembro.
Filho de William e Kate, Príncipe George chega à Abadia de Westminster em 19 de setembro de 2022. Fonte: Reuters.
Uma das filas mais longas na história do Reino Unido: a do velório da Rainha Elizabeth II. A cada hora, aproximadamente 2.000 pessoas se reuniram para se despedir de sua chefe de Estado, sendo que muitos visitantes passaram mais de 20 horas na fila.
Havia um monitoramento em tempo real sobre o tamanho da fila, no Youtube. Além disso, pulseiras foram distribuídas no local, para ajudar a controlar possíveis “fura-filas”, já que a fila chegou a ter 8km de extensão.
Guardas vigiavam o local seis horas por turno, trocando de posição a cada 20 minutos. As portas foram abertas para o público no dia 14 de setembro, pela tarde, e foram fechadas no dia 19 de setembro, no começo da manhã.
Durante esses dias, os quatro filhos de Elizabeth II e seus netos fizeram vigílias por ela e o fechamento do velório seria seguido da cerimônia religiosa na Abadia de Westminster.
Acompanhado de um globo religioso, seu cetro, sua coroa sobre uma almofada e um buquê, o caixão da Rainha Elizabeth II era transportado. Fonte: Alkis Konstantinidis/Pool/REUTERS
Convites foram enviados para quase 500 chefes de Estado e dignitários estrangeiros para a cerimônia que ocorreu na Abadia de Westminster, igreja histórica, na qual reis e rainhas da Grã-Bretanha são coroados e onde aconteceu a própria coroação de Elizabeth II, no ano de 1953.
Desde o século 18, não havia um funeral de um monarca na Abadia, e, em referência à idade que a Rainha tinha quando veio a falecer, um sino foi soado 96 vezes no local. Hinos, músicas religiosas, leituras da Bíblia e preces foram executados ao longo da cerimônia, homenageando a Rainha, conhecida também por sua fé religiosa.
A peça musical Last Post foi tocada por quatro trompetistas estaduais da Household Cavalry, perto do fim da cerimônia. A peça trata-se de um clarim militar do século 18, que mais tarde ganhou o significado de um hino sagrado de recordação e memória.
Por fim, houve dois minutos de silêncio na Abadia e em todo o Reino Unido, incluindo Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales. A cerimônia foi encerrada com um lamento tocado pelo gaiteiro oficial da Rainha e pelo hino nacional.
Primeiro funeral de Estado realizado desde 1965, na Abadia de Westminster. Fonte: Pa Media
Reunindo milhares de membros das Forças Armadas do Reino Unido e Commonwealth, comunidade de países formados majoritariamente por ex-colônias britânicas, houve também mais uma cerimônia religiosa na Abadia de Westminster.
Liderada pela Real Polícia Montada do Canadá, a procissão era composta por sete grupos, cada um com sua banda. Além dos membros das Forças Armadas do Reino Unido e da Commonwealth, o NHS (serviço público de saúde) e a polícia também tiveram envolvimento.
A carruagem de armas com o caixão da Rainha estava no centro, coberto com o Estandarte Real e a Coroa Imperial, puxado por 142 integrantes da Marinha Real. Liderando os membros da Família Real que caminhavam atrás da carruagem, estava o Rei Charles 3º.
Juntando-se à procissão em carros, também estavam a rainha consorte, Camilla, a princesa de Gales, a duquesa de Sussex e a condessa de Wessex.
O Big Ben tocava em intervalos de 1 minuto, enquanto a procissão se movia lentamente pelas ruas de Londres, com a rota protegida por militares e policiais, e a cada minuto no Hyde Park também eram disparados tiros.
A procissão foi acompanhada por diversas pessoas, desde a Abadia de Westminster até o Wellington Arch. Chegando em Wellington Arch, o caixão da Rainha foi transferido para um carro, sendo a viagem final para o Castelo de Windsor, que ficava cerca de 30km de distância do centro de Londres. Durante todo o trajeto, várias pessoas lançaram flores em direção ao caixão.
Carro funerário que transportava o caixão de Elizabeth II, chegando ao seu destino final: o Castelo de Windsor. Fonte: REUTERS/Henry Nicholls
Para a cerimônia conduzida pelo deão de Windsor, David Conner e chefe dos cônegos da Capela, foi levado o caixão da Rainha para a Capela de São Jorge. Adentrando pela Capela, a procissão foi iniciada com o caixão da Rainha posicionado para um rito, que contou também com os membros da Família Real.
É importante lembrar que a Rainha participou do planejamento desta etapa do funeral, que foi uma cerimônia simples, na qual um coral interpretou o Salmo 121. A retirada das jóias da coroa do caixão também foi um momento marcante na cerimônia, que posteriormente foi baixado para o túmulo real. Neste momento, era lido um salmo e também eram mencionados todos os títulos que a Rainha teve durante o seu legado.
Com uma peça de Bach sendo tocada no órgão da Capela, a cerimônia foi encerrada.
Momento da cerimônia, na Capela de São Jorge. Fonte: Getty Images
A cerimônia privada foi realizada após os eventos públicos, para o enterro da Rainha ao lado de seu falecido marido, o duque de Edimburgo, contando com a presença do Rei Charles.
Sem detalhes sobre a ocasião, o Palácio de Buckingham disse apenas que o momento era profundamente familiar e pessoal.
No buquê sobre o caixão da rainha Elizabeth II, estava um bilhete escrito pelo Rei Charles III. Fonte: Hannah McKay/Pool/REUTERS
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